Joelma
Na manhã de 1º de fevereiro de 1974, o edifício, localizado na região central da capital paulista, pegou fogo e causou a morte de ao menos 188 pessoas. Um ar-condicionado no 12º segundo andar sofreu um curto-circuito. O fogo se alastrou pelos andares superiores do prédio, onde estavam mais de 750 pessoas naquele momento.
Andraus
Em 24 de fevereiro de 1972, o sistema elétrico do edifício Andraus teve uma sobrecarga no sistema elétrico. As chamas atingiram cinco prédios vizinhos e o incêndio causou a morte de 17 pessoas.
Grande Avenida
Em 14 de fevereiro de 1981, o edifício Grande Avenida, na avenida Paulista, sofreu um incêndio de grandes proporções, que causou a morte de 17 pessoas e deixou outras 53 feridas. A causa, de acordo com os peritos do Instituto de Criminalística, havia sido um curto-circuito na rede elétrica, ocorrido a partir de uma fiação solta no forro, além de inúmeras falhas nas instalações do edifício
EDIFÍCIO ANDORINHA – 1986 – Rio de Janeiro/RJ
VÍTIMAS: 21 MORTOS e + de 50 FERIDOS.
Esse incêndio no RJ foi causado pela sobrecarga de aparelhos elétricos na sede da General Eletric (GE).
O Corpo de Bombeiros de São Paulo na década de 1990 elaborou a mais complexa Instrução Técnica (IT) com a coordenação do Eng. Carlos Cotta Rodrigues, apoio do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), da ABRAVA (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento), do Engenheiro Raul Bollinger, do Prof. Dr. Antônio Luís de Campos Mariani, do Engenheiro Silvio Piga, do Engenheiro Carlos Kayano e de diversos profissionais.
Foi construído um texto sólido e que está em uso até o momento.
Destaque especial do Comandante do Corpo de Bombeiros de São Paulo, Coronel PM Luís Roberto Carchedi, que na época confiou no trabalho desenvolvido e assinou a mais complexa Instrução Técnica desenvolvida até aquele momento.
A primeira IT elaborada foi denominada como IT-10, sendo hoje a IT-13, que trata da “Pressurização de escadas de segurança”.
Foi uma grande evolução tecnológica, uma vez que o assunto, naquela época, nunca havia sido estudado em qualquer Corpo de Bombeiros no Brasil. O trabalho de elaboração da citada IT de “Pressurização de escadas de segurança” foi uma resposta aos efeitos nocivos da movimentação da fumaça de incêndios, principal causa de mortes no mundo (cerca de 80% das mortes nos incêndios), principalmente observado pelas ocorrências acima referidas.
Veja o depoimento do Major Carlos Cotta:
“Minha maior preocupação com o tema “fumaça” iniciou-se depois que atendi uma ocorrência de incêndio em uma cozinha de uma edificação residencial, que se propagou para o interior de uma escada, denominada pela ABNT NBR 9077 como “à prova de fumaça” (escada com antecâmara e com dois dutos – entrada de ar e saída da fumaça).
Nesse incêndio citado que atendi, observei que a população usuária da edificação residencial verticalizada não abandonou o prédio. Perguntei aos moradores, depois que controlamos o incêndio na cozinha de um dos apartamentos, o porquê de as portas corta-fogo da escada de segurança “à prova de fumaça” estarem abertas, e a conclusão foi única e definitiva: a fumaça do incêndio havia entrado pela antecâmara, sendo que perdeu força de ascensão, retornando para o interior da escada no pavimento imediatamente superior, inundando de fumaça todo o interior da escada, impossibilitando a descida dos habitantes dos andares mais altos, o que era um total absurdo. Os moradores haviam deixado abertas todas as portas corta-fogo dessa escada, “supostamente de segurança”, para que a fumaça fosse removida pelo efeito vento.”
Após tais constatações e com base no relatório de estudos (IPT Rel 22482- estudo escadas 1985 ) e testes da JICA (Japan International Cooperation Agency), que já havia comprovado a falência das escadas de segurança adotadas no Brasil, solicitei ao meu comandante a criação do citado grupo de estudos para desenvolver texto com base na própria ABNT NBR 9077 em vigor à época (era o ano de 1996), a qual citava a BS5588-part 4 como referência para a elaboração de projeto e instalação de sistemas de pressurização de escadas de segurança.
Sempre em minhas palestras aponto tais escadas como “Escadas Auschwitz”. Depois de muita luta, tenho a satisfação de dizer que tal escada nunca mais fará parte da ABNT NBR 9077, da qual sou colaborador atual de sua revisão.